domingo, 28 de fevereiro de 2010

descobertas.

tenho grande dificuldade em tomar decisões, mas tenha certeza, quando crio definição sobre alguma coisa, aspecto, destino, é porque gastei muito tempo e dediquei paixão em escolher tal e tal coisa a ser minha, a ser assim, seja lá o quê, seja lá o que for...

faz um tempo, pouco... um punhado de meses frios e quentes que tomei a decisão de ser quem sou e a isto dei o nome de descoberta. a formação de mim mesma, do eu que faz de mim um ser que pensa e que age, tem características tão claras... vontades, desejos, sonhos, fragilidades, medos, sentimentos, saudades... e eu vi, descobri quais são... eu realmente me conheço...

falta descobrir o que fazer... o que fazer comigo, o que fazer de mim, o que fazer com que eu faça, como fazer o eu fazer, eu fazer... fazer o quê...

por um instante esqueci de mim, por tanto pensar no que faz o eu feliz... o que pode o eu fazer pra ser feliz?

esqueci dos livros que não li, e quis ou não ler.
esqueci dos filmes que não vi, e os que quis rever...
esqueci das tardes frias na cidade estranha, grande a me engolir.
esqueci o desejo de ser grande tal qual a grande cidade...
esqueci o sonho em ser artista, artista de que arte? sonhar ser artista, ser artista?
pensava eu, na arte... que frustra e encanta... mas que sempre mexe e faz pensar, ou não pensar em nada...
esqueci das gotas de chuva na janela, e do seu cheiro que rasga
e das folhas secas de outono, que nunca vi tão belas como nos filmes...
esqueci da noite nua com o desconhecido, a lua e o som do silêncio, e o vazio que fica, triste e bonito.
esqueci de escrever sobre a tristeza e transformá-la em poesia ou rabisco. palavras feias tão bonitas, tratando de soluções... de desejos e medos...
esqueci de como é bom encantar as pessoas, velhas, novas... dando brilho aos olhos, idéias e sonhos de jamais desistir desses sonhos. força barata, gratuita, vinda da palavra dos fracos fortes... heróis comuns, vencedores...
esqueci das minhas coisas boas, e passei a desentender meus medos, que não são mais tão belos...

talvez falte um pouco de tristeza. melancolia. beleza.

Um comentário:

Duda Rocha disse...

Parafraseando Newton: "Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento".