O quarto 68 me acolhe, me abraça!
Meu novo lar me respeita, me ama!
Fala comigo, e acaricia meus cabelos enquanto durmo.
Não me sinto sozinha aqui.
Jandira morreu...
Tentei salvá-la dando-lhe água
podando as folhas secas...
eliminando as flores mortas...
Mas ela não parece viva.
Jandira me imita???
Fiquei triste...
Luís também.
Estamos mais próximos,
mas tenho-o deixado quieto ultimamente...
Ele precisa resolver sua vida.
E eu, a minha.
Maria está bem, cada vez mais rabujenta...
Mas ela me inspira...
Chora quietinha...
Mas sabe que tudo passa.
E assim tenta me ensinar a pensar.
Sua vida é uma graça...
E assim, dá graça a minha vida...
Os livros também vão bem...
As vezes eles me puxam as orelhas.
E me ajudam a voltar a mente ao seu lugar.
Eles me observam o tempo todo,
aconselham-me,
cuidam de mim!
O abajur ilumina minhas noites,
acalma meus querubins...
Manda luz pra minha mente
e ela então se acalma.
Faz meu coração sorrir.
A música tem feito parte do quartinho 68,
nesta velha rua da guerreira farroupilha...
Os sons já não fazem tão mal.
Os timbres têm tocado meu coração,
e as letras voltaram a mandar-me recados...
Os tapetes alegram com cores.
Assim como as toalhas,
as roupas de cama...
E as fotos no mural...
Meus amigos moram comigo,
mesmo pregados em um isopor
eles estão sempre sorrindo
e dando mais vida à vida...
A cama me abraça todas as noites
tardes, dias, que deito.
As cobertas me aquecem...
E o perfume dos incensos me faz dormir bem...
É bom estar aqui.
Há muita vida no quartinho 68.
Há um feiche de semivida em mim...
Um rastro...
Há infinitas coisas neste quarto 2x2...
Meu lar, meu refúgio...
Meu abraço é um quarto!
Meu abraço sou eu!
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